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Fisioterapia ginecológica: o que eu preciso saber sobre o assunto?

Fisioterapia ginecológica: o que eu preciso saber sobre o assunto?

A fisioterapia uroginecológica ou pélvica, conhecida popularmente como fisioterapia ginecológica é uma especialidade que previne e reabilita as disfunções relativas ao assoalho pélvico. Entretanto, há poucos fisioterapeutas capacitados para esse tipo de atendimento.

Segundo o estudo publicado na Revista de Ciências Médicas (2018), a explicação para essa lacuna é o desconhecimento por parte dos próprios profissionais, de que a fisioterapia pélvica é o ponto-chave para o tratamento da incontinência urinária.

Neste artigo, apresentamos as principais informações sobre a fisioterapia uroginecológica e as vantagens da especialização para o profissional. Continue a leitura para saber mais!

O que é fisioterapia ginecológica?

É uma fisioterapia especializada em avaliar, tratar e prevenir os distúrbios cinético-funcionais da pelve humana, abrangendo as articulações, ossos e órgãos pélvicos incluindo o assoalho muscular e as fáscias.

Mais recentemente o termo “fisioterapia pélvica” começou a ser cogitado, tendo em vista que os fisioterapeutas também tratam outras disfunções, como as relacionadas à coloproctologia — uma especialidade médica que estuda as doenças do intestino grosso (cólon), reto e ânus.

Quais são as vantagens em se especializar nessa área?

A fisioterapia uroginecológica é reconhecida pelo Conselho Federal de Fisioterapia (COFFITO) desde 2009. Essa especialização representa um ganho para a área e fortalecimento da profissão, pois amplia o leque de oportunidades, permitindo que os profissionais atuem nas disfunções geniturinárias e reprodutivas.

Embora a fisioterapia pélvica esteja firmada dentro da especialidade “Fisioterapia na Saúde da Mulher”, conforme a Resolução COFFITO nº 401 de 2011, a atividade contempla também o tratamento de disfunções em homens, crianças e idosos.

Quais são os benefícios do tratamento para o paciente?

Com o avanço de pesquisas sobre tratamentos menos invasivos para a incontinência urinária, foi descoberta a eficácia da fisioterapia uroginecológica. Entre os principais benefícios que ela proporciona, estão:

  • melhora da atividade esfincteriana;
  • redução da hiperatividade vesical;
  • diminuição da frequência miccional;
  • tonificação da musculatura pélvica;
  • melhora no esvaziamento vesical.

Quais são as particularidades para a prática da fisioterapia?

Essa especialidade apresenta algumas particularidades, uma vez que o profissional precisa tratar questões íntimas como as dores pélvicas e a sexualidade dos indivíduos. Também é necessário entender sobre gravidez, pós-parto e disfunções na pelve.

Em termos gerais, o objetivo do tratamento é normalizar o tônus muscular, proporcionando a força adequada para o restabelecimento das funções do assoalho pélvico. Para tanto, são utilizados diferentes recursos, como:

  • cinesioterapia — ganho ou melhora da força e resistência. Pode ser potencializada com terapia manual, que também auxilia no relaxamento muscular;
  • eletroestimulação — melhora da consciência e tonificação do assoalho pélvico. Diminui a dor perineal e inibe a atividade da musculatura da bexiga durante o seu enchimento;
  • biofeedback — mostra a atividade muscular, possibilitando o trabalho para relaxamento ou ganho de força.

Outros recursos também podem ser utilizados como a ginástica hipopressiva que tonifica a musculatura abdominal e a perineal.

Quais disfunções podem ser tratadas pela fisioterapia uroginecológica?

Além de prevenir, a fisioterapia melhora a qualidade de vida dos pacientes por meio do tratamento das seguintes condições:

  • constipação intestinal;
  • disfunções sexuais — vaginismo (contratura muscular involuntária que impede a penetração), anorgasmia (dificuldade ou mesmo incapacidade de atingir o orgasmo), disfunção erétil e ejaculação precoce;
  • dispareunia — dor no ato sexual;
  • dor pélvica — ocasionada por dismenorreia ou endometriose;
  • Incontinência urinária ou fecal;
  • preparação para o parto;
  • prolapso genital — descida dos órgãos pélvicos, como a bexiga, o útero e o reto devido ao enfraquecimento da musculatura;
  • redução no desempenho sexual — pressão intravaginal reduzida pela flacidez do assoalho pélvico;
  • recuperação pós-parto.

Conforme verificamos, a fisioterapia ginecológica ou uroginecológica é uma especialidade com um vasto campo de atuação para os fisioterapeutas, porém, ainda pouco conhecida pelos profissionais. Nesse sentido, é fundamental buscar informações sobre a capacitação e a prática da técnica para o aprimoramento contínuo e contribuição à sociedade.

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